Caetano Veloso Asa Branca

Quando olhei a terra ardendo
Quá fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação?

Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Intonce eu disse: Adeus, Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje, longe, muitas léguas
Nessa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão

Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na prantação
Eu te asseguro: Num chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração